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Instituto constrói primeira torre da Amazônia para medir gases do efeito estufa

Com 48 metros de altura, a Torre de Fluxo do Mamirauá, é equipada com sensores que vão monitorar pelos próximos anos as emissões de gases, em especial o gÃ...

Instituto constrói primeira torre da Amazônia para medir gases do efeito estufa
Instituto constrói primeira torre da Amazônia para medir gases do efeito estufa (Foto: Reprodução)

Com 48 metros de altura, a Torre de Fluxo do Mamirauá, é equipada com sensores que vão monitorar pelos próximos anos as emissões de gases, em especial o gás metano, importante no processo de aquecimento global. Instituto constrói primeira torre da Amazônia para medir gases do efeito estufa Miguel Monteiro O Instituto Mamirauá, localizado em Tefé, no interior do Amazonas, construiu a primeira torre na Amazônia voltada para a medição da emissão de gases de efeito estufa em florestas de várzea. O projeto é resultado de uma parceria entre pesquisadores do instituto, a Universidade de Stanford e a Universidade Federal de Santa Maria. O projeto foi financiado pela Fundação Gordon & Betty Moore e tem como objetivo fornecer dados sobre a dinâmica desses gases em uma das regiões mais complexas e ecologicamente importantes do planeta. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Segundo o instituto, a Torre de Fluxo do Mamirauá, com 48 metros de altura, é equipada com sensores avançados que monitorarão, ao longo dos próximos anos, as emissões de gases de efeito estufa, em especial o gás metano, que desempenha um papel importante no aquecimento global. A torre foi instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a maior área protegida de áreas úmidas continentais do Brasil e o primeiro sítio Ramsar do país, reconhecido internacionalmente pela sua importância ecológica. Ainda conforme o instituto, a torre abriga instrumentos sofisticados para medir metano, dióxido de carbono, vapor d'água e outras variáveis hidrometeorológicas. Segundo a pesquisadora do Instituto Mamirauá, Lady Custódio, a construção da torre enfrentou desafios significativos devido às peculiaridades do ambiente de várzea. "Foi necessário planejar a logística com base no ritmo da enchente e seca, o que exigiu um acompanhamento rigoroso. Apesar das dificuldades, o sucesso da construção e a obtenção dos primeiros dados de monitoramento marcaram o início de uma nova fase promissora para a pesquisa ambiental na região", afirmou. O monitoramento contínuo dos gases de efeito estufa na Torre de Fluxo permitirá a coleta de dados inéditos sobre a emissão desses gases em florestas de várzea, especialmente durante os períodos de seca e cheia, quando o nível da água pode variar de 10 a 12 metros ao longo do ano. LEIA TAMBÉM Casa continua sendo domicílio predominante no Amazonas, com 1 milhão de unidades, aponta IBGE Acidente na AM-010: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a colisão entre um ônibus e uma carreta no interior do Amazonas A pesquisador titular do Instituto Mamirauá e coordenador do projeto, Ayan Fleischmann, destaca a lacuna existente nos dados sobre essas emissões. "Existe uma discrepância muito grande entre o levantamento realizado por satélites da emissão de gases de efeito estufa em ambientes tropicais e as estimativas modeladas para essas áreas. Se sabe muito pouco sobre a dinâmica de gases de efeito estufa em áreas de floresta de várzea, especialmente do gás metano", comentou. A Torre de Fluxo do Mamirauá fará parte de redes internacionais de monitoramento, como a Rede FLUXNET-CH4, que reúne torres de fluxo em diversos ecossistemas, e o LBA (Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O LBA busca, há 25 anos, compreender as dinâmicas ambientais da Floresta Amazônica e seu papel na regulação do clima, tanto regional quanto globalmente. "Medir de forma contínua e precisa as trocas de metano entre o solo e a atmosfera fornece dados essenciais para entender as fontes e os processos de emissão nesse ecossistema específico", afirmou Daniel Michelon, pesquisador do Instituto Mamirauá e da Universidade Federal de Santa Maria. "Esses dados são essenciais para quantificar o impacto da região nas emissões globais de gases de efeito estufa e para o desenvolvimento de políticas de mitigação das mudanças climáticas, além de contribuir para o manejo sustentável da floresta", finalizou. Instituto Mamirauá vai analisar achados de cerca de 700 anos